quinta-feira, 28/março/2024
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O avião e a fênix

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O avião que caiu no 13 de agosto em Santos derrubou os três maiores candidatos à Presidência da República: Eduardo Campos, Aécio e Dilma. E das cinzas do avião, surgiu Marina, como uma fênix. O Brasil com economia em recessão já vinha encolhendo as intenções de voto em Dilma, como revelavam as pesquisas de opinião. E Marina sobe como um foguete: tinha 9 pontos percentuais na chapa de vice de Eduardo; logo depois da queda do avião, foi para 21 e agora, apenas três semanas depois, já está empatada com a presidente que quer reeleição. Ganhou os votos de quem estava indeciso ou iria votar em branco ou anular o voto, e tirou também votos de Dilma. Tirou mais votos de Aécio.

Supostamente, ganhou votos dos que estavam desconfortáveis em ter que votar em Dilma por razões ideológicas, mas tirou mais votos de Aécio, daqueles que procuravam quem pudesse apear o PT de 12 anos no poder. A exemplo de Lula em 2002, Marina e seu comitê apressaram-se em granjear a confiança dos desconfiados no mercado financeiro, na indústria, no agronegócio e no comércio. Prometeu corrigir os preços artificiais dos combustíveis e energia, falou em autonomia para o Banco Central e disse que manterá o tripé de câmbio flutuante, política monetária e política fiscal rigorosas. Talvez Aécio não tenha sido mais claro.

Para os desconfiados de fundamentalismo, tratou de deixar claro que Mercosul já não e prioridade, prevalecendo mercados que funcionam, não os ideológicos. Os bolivarianos é que devem ter ficado desconfiados. Agradou os prefeitos, prometendo revisar para cima o Fundo de Participação dos Municípios. O pré-sal já não terá essa prioridade toda. E quer menos impostos e mais polícia, para proteger bolsos e pessoas. No bolsa-família, agrada os dois lados: ao tempo em que vai ampliar, fala em abrir uma porta de saída.

Dilma está na frente apenas na rejeição e a menor rejeição é de Marina, o que aponta para o resultado do pleito. Aliás, rejeição rima com recessão. A defesa de Dilma e seu Ministro da Fazenda diz que é crise importada. Não é. É doméstica, contesta a Fundação Getúlio Vargas. Ora se os Estados Unidos mostram crescimento de 4,2% anuais no mesmo trimestre em que o PIB do Brasil encolhe 0,6%, está muito claro que as responsabilidades são os descaminhos da política econômica do governo, que desestimulam o investimento e a poupança. Mantega chegou a dizer que a culpa foi da Copa. Tiro no pé: então culpa é de quem trouxe a Copa.

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