quinta-feira, 28/março/2024
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O mensalão da Petrobras

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O Secretário-Geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, achou estranho que tenha vazado parte do depoimento do delator-premiado Paulo Roberto Costa, às vésperas da eleição. Tem razão. A gente fica a se perguntar como vazou e por quê.  Mais grave do que isso é a gente pensar que um depoimento dessa importância só seja revelado depois da eleição. O eleitor haveria de perguntar: “Por que não contaram antes? Eu teria votado diferente. Me enganaram, escondendo fatos.” O que é mais grave: divulgar ou esconder?

Na verdade, não creio que a maioria dos eleitores altere o voto por causa do delator-premiado. O avião de Eduardo Campos e Marina até hoje se revela um negócio clandestino, e isso não impediu que Marina subisse como um jato. A punição do Grêmio por racismo de torcedores não impediu que no último domingo outro goleiro negro fosse chamado de macaco em Minas Gerais. O mensalão denunciado em 2005 e a condenação de mensaleiros, não foi suficiente para desestimular o mensalão da Petrobrás. O brasileiro, em geral, pensa com a emoção, não com a razão.

            E como confiar no depoimento de Paulo Roberto Costa? Ora, ele foi da confiança de Lula e de Dilma. Foi diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás de 2004 a 2012. Além disso, a delação premiada exige que o depoente prove o que diz, sob pena de acrescentar à pena o crime de falso testemunho. Aliás, Paulo Roberto não quer ser outro Roberto Jefferson ou Marcos Valério. Os dois – o denunciante e o operador – perderam mais que os benefciários do mensalão. José Dirceu pegou 10 anos e já trabalha fora da prisão, e Valério 37 anos, e está atrás das grades. 

O depoimento ainda não foi concluído e já aparecem nomes de  governadores, deputados, senadores, ministro e ex-ministro e o tesoureiro do PT. A presidente disse que não desconfiava de malfeitos na Petrobrás, como Lula diz que não sabia do outro mensalão. Mas admite que “se houve sangria, está estancada” mas ressalva que Graça Foster, a atual presidente da empresa, “não é delegada de polícia.” Um caso de polícia, portanto, mas da responsabilidade de também de quem não quis descobrir antes de Paulo Roberto Costa abrir a boca para salvar a pele.

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