terça-feira, 16/abril/2024
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O país de todos

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Quando o governo do PT decidiu aceitar a sugestão do marqueteiro de criar a palavra-de-ordem O País de Todos, a Velhinha de Taubaté acreditou, e pensou que o Brasil fosse de cada um dos mais de 200 milhões de brasileiros. Ledo engano. De fato, o governo  apenas ironizava, enquanto se apropriava do botim, concedido por seus milhões de eleitores. Afinal, estava consagrado nas urnas, alforriado, legitimado pelos votos. Poderia fazer o que quisesse com a posse do país-continente. E fez. Ninguém entendia por que, pagando tanto imposto, não tivesse saúde, educação e segurança, no mínimo. Agora, pelo menos, graças à Lava-Jato, a gente fica sabendo onde foi o dinheiro do suor destinado aos impostos. Foi desviado por gente que aproveitou a ignorância, a ingenuidade e os pobres do bolsa-família para encher as burras. Quanto dinheiro, meus deus! Bilhões! Quantos hospitais, quantas escolas – quantas prisões poderíamos ter para trancafiar a corja.

Fizeram por ato-de-fé, convictos da infalibilidade de sua seita que mistura Marx com Trotsky e Gramsci, mais Fidel e Chavez e o tropical Lula. Seria comédia se não tivesse resultado numa tragédia. Não poderia ter sido outro o resultado. O sociólogo marxista FHC não foi o que mais privatizou? No país tropical não cabem fórmulas ou padrões. Aqui tudo é bagunçado. Veja se deu certo o princípio positivista de Ordem e Progresso posto na bandeira. Agora virou slogan de algum marqueteiro de Temer. E a gente fica sem condições de usar a bandeira, porque fica parecendo propaganda para o governo. Voltar ao País de Todos? Aí não dá, porque virou afronta, já que a realidade foi O país é nosso, para pegar a grana e nos locupletarmos. É a Lava-Jato que demonstra; não sou eu.

Fico me perguntando como conseguiram. O quanto somos incompetentes para perceber que por mais de uma década, foram metendo a mão no País que é nosso, como se fosse deles. Boca livre, justificada pelo voto que receberam para tomar conta do País que é nosso. Dinheiro, muito dinheiro rolou de nosso suor de contribuintes, para o bolso deles, inclusive para nos enganar e se manterem no poder para continuar a usufruir do País que deveria ser nosso. Hoje flagrados, descobertos, desnudados, protestam com arrogância, com se tivessem o direito adquirido de continuar o botim. São como traficantes do morro, que adquiriram o direito à soberania da área.

Resta uma esperança. Não virão os marcianos, nem os chineses, nem a ONU nos libertar. Ficamos dependentes do juiz Sérgio Moro, dos jovens delegados e juízes federais. Mas ainda não ganhamos vergonha na cara. Porque continuamos dependendo da proteção dos outros. Esperamos que nos salvem, como cidadãos passivos e sem-vergonhas. A culpa é nossa, não fiquemos como bebês acovardados à espera de salvadores e só sendo corajosos nas redes sociais. Se assim somos, nem merecemos o Sérgio Moro. Que sejamos condenados a sermos assaltados, nossos filhos mal ensinados na escola, na nossa velhice mal atendidos nos hospitais e na previdência. Ou paremos de só viver novelas e futebol e  passemos a tratar do Brasil real.

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